Salve irmãs e irmãos de fé,
Meu coração esta sereno.
O único tio materno esta muito doente no hospital e como resolveu morar numa cidade longe da que eu moro, ficou difícil eu ir vê-lo com mais freqüência. Todavia, ouve um tempo que estávamos sempre juntos de uma forma ou de outra. E ríamos muito.
O único tio materno esta muito doente no hospital e como resolveu morar numa cidade longe da que eu moro, ficou difícil eu ir vê-lo com mais freqüência. Todavia, ouve um tempo que estávamos sempre juntos de uma forma ou de outra. E ríamos muito.
Ele sempre foi muito bravo, áspero e até rude na forma de
agir e de impor “suas leis” não sei se há outras pessoas que viveram e
conviveram da mesma forma que eu convivi com ele.
Ele foi meu “chefe”. Isso mesmo, chefe no serviço. Eu sempre
sorrio quando lembro dos anos juntos. A mente dele era incrível, ele grava na
mente todos os saldos das quinze contas financeira que administrávamos e ele
ria muito porque dos oitenta e nove funcionários, eu era a única que disputava
com ele a informação, logicamente ele sempre ganhava porque, incrivelmente,
minha mente sempre ocultava um lançamento. Dava uma raiva danada disso e riamos
muito já que ele que era o vencedor.
Ele, meu tio e chefe, foi o único parente que me deu um
abraço físico no dia que passei no vestibular para o curso de direito, até porque meus
pais estavam viajando e os outros, nem aí camarada.... e eu também não fui
para casa para saber se alguém ia lá me abraçar porque nunca foi tola para
isso, já sai com os amigos malucos para comemorar, ou melhor, bebemorar.
Quando ele estava muito bravo eu sempre ria dele, muitas
vezes ele estava “roxo” de raiva por trilhões de motivos estressantes da vida
profissional ou não e eu, na maior cara de pau, passava por ele e dizia, “ichi
o vulcão tá pronto pra explodir”, ele já ria porque eu era “abusada” como ele
mesmo intitulava.
Ele sempre acreditava em tudo que eu contava, literalmente.
Como é bom relembrar...
Ele é meu padrinho de camarinha, e nos reforços de sete e quatorze
anos e neste último ele já estava apresentando sinais da falta de paciência porém muito contido e ele veio no recinto da minha imersão e falou:
só tu pra fazer eu vir aqui, ficar uma semana e assistir este momento que é
sempre a mesma coisa, que nunca acaba, que repete sem nada dizer e ficar
segurando uma vela; ri e disse: tu vens coroa porque tu me amas e ele deu
risada e ficou, administrando a pouca paciência e a doença apenas por amor. Do jeito
dele, mas por amor.
Hoje ele tem o mal do alemão, pudera, ele é ruivo, alemão,
sei lá... mas pintado.
Hoje ele tem Alzheimer
Dizem que esta doença vem para esvaziar a mente que esta muito cheia de informação e que não conseguimos esvaziar com o exercício da meditação.
Eu o amo, muitos o amam do jeito que ele sempre foi, bravo e severo, pois ele sempre foi muito mais amigo e generoso.
A ultima vez que o vi, faz tempinho, e mesmo com a doença
ele me reconheceu e muitos dizem que eu imagino coisas, pode ser, mas ele me
ouviu, ouviu meus sonhos, minhas histórias e chorou quando falei”daí coroa, to
indo porque a vida é cheia de coisas”.
Agora, o corpo não recebe muita informação do cérebro e ele
fez uma cirurgia que seria simples para nós pessoas saudáveis e, como ele não fala e não se
expressa, o diagnóstico, parece-me que foi moroso e sei lá.... ele esta na UTI.
Bom lembrar tudo isso e mais algumas coisas que vem na mente.
O amanhã a Deus pertence.... em oração e na
Confiança que o melhor acontecerá.
Axé de paz e luz!
Tem coisas que a vida nos apresenta sem que sonhemos com elas, mas acredito que é com elas que mais aprendemos. Juçara de Souza
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