quinta-feira, 8 de maio de 2014

A Vida no ponto de vista de cada um

Salve irmãs e irmãos de fé,

Meu coração esta sereno.

O único tio materno esta muito doente no hospital e como resolveu morar numa cidade longe da que eu moro, ficou difícil eu ir vê-lo com mais freqüência. Todavia, ouve um tempo que estávamos sempre juntos de uma forma ou de outra. E ríamos muito.
Ele sempre foi muito bravo, áspero e até rude na forma de agir e de impor “suas leis” não sei se há outras pessoas que viveram e conviveram da mesma forma que eu convivi com ele.
Ele foi meu “chefe”. Isso mesmo, chefe no serviço. Eu sempre sorrio quando lembro dos anos juntos. A mente dele era incrível, ele grava na mente todos os saldos das quinze contas financeira que administrávamos e ele ria muito porque dos oitenta e nove funcionários, eu era a única que disputava com ele a informação, logicamente ele sempre ganhava porque, incrivelmente, minha mente sempre ocultava um lançamento. Dava uma raiva danada disso e riamos muito já que ele que era o vencedor.
Ele, meu tio e chefe, foi o único parente que me deu um abraço físico no dia que passei no vestibular para o curso de direito, até porque meus pais estavam viajando e os outros, nem aí camarada.... e eu também não fui para casa para saber se alguém ia lá me abraçar porque nunca foi tola para isso, já sai com os amigos malucos para comemorar, ou melhor, bebemorar.
Quando ele estava muito bravo eu sempre ria dele, muitas vezes ele estava “roxo” de raiva por trilhões de motivos estressantes da vida profissional ou não e eu, na maior cara de pau, passava por ele e dizia, “ichi o vulcão tá pronto pra explodir”, ele já ria porque eu era “abusada” como ele mesmo intitulava.
Ele sempre acreditava em tudo que eu contava, literalmente.
Como é bom relembrar...
Ele é meu padrinho de camarinha, e nos reforços de sete e quatorze anos e neste último ele já estava apresentando sinais da falta de paciência porém muito contido e ele veio no recinto da minha imersão e falou: só tu pra fazer eu vir aqui, ficar uma semana e assistir este momento que é sempre a mesma coisa, que nunca acaba, que repete sem nada dizer e ficar segurando uma vela; ri e disse: tu vens coroa porque tu me amas e ele deu risada e ficou, administrando a pouca paciência e a doença apenas por amor. Do jeito dele, mas por amor.
Hoje ele tem o mal do alemão, pudera, ele é ruivo, alemão, sei lá... mas pintado.
Hoje ele tem Alzheimer 
Dizem que esta doença vem para esvaziar a mente que esta muito cheia de informação e que não conseguimos esvaziar com o exercício da meditação. 

Eu o amo, muitos o amam do jeito que ele sempre foi, bravo e severo, pois ele sempre foi muito mais amigo e generoso.

A ultima vez que o vi, faz tempinho, e mesmo com a doença ele me reconheceu e muitos dizem que eu imagino coisas, pode ser, mas ele me ouviu, ouviu meus sonhos, minhas histórias e chorou quando falei”daí coroa, to indo porque a vida é cheia de coisas”.
Agora, o corpo não recebe muita informação do cérebro e ele fez uma cirurgia que seria simples para nós pessoas saudáveis e, como ele não fala e não se expressa, o diagnóstico, parece-me que foi moroso e sei lá.... ele esta na UTI.
Bom lembrar tudo isso e mais algumas coisas que vem na mente.

O amanhã a Deus pertence.... em oração e na
Confiança que o melhor acontecerá.


Axé de paz e luz!

Um comentário:

  1. Tem coisas que a vida nos apresenta sem que sonhemos com elas, mas acredito que é com elas que mais aprendemos. Juçara de Souza

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