sexta-feira, 26 de abril de 2013

ATOTÔ OBALUAÊ SAPATA, silêncio, Obaluaê chegou.....


Irmãs e irmãos de fé e de caminhada evolutiva,

Estou vivendo meu sabbat, isto é, um período de "recolhimento do meu ser", por isso tanta ausência neste espaço.

Hoje resolvi conversar sobre um orixá da mitologia africana, OBALUAÊ ou OMULÚ, “força do meu Ori”. Orixá antigo de origem jeje e assimilada posteriormente pelos iorubas.



Dentro dos vários rituais de Umbanda, o ritual de Almas e Angola foi o que abraçou este orixá com muito amor e devoção. Tanto que Obaluaê é o orixá de fundamento dentro de Almas e Angola, haja vista possuir dois assentamentos no templo, um no altar completando a tríade do ritual e outro, anterior, na cangira das Almas, isto é, na Casa das Almas.

Obaluaê é um orixá severo. É o carrego da Severidade Divina. Sua severidade implacável leva seus filhos à busca pelo autoconhecimento e evolução espiritual. Aquele que se recusa sofre as dores físicas e necessidades materiais. É o orixá que nos auxilia na nossa transformação para tornarmos um Ser Humano melhor.

Na Umbanda do ritual de Almas e Angola, apenas os médiuns “coroados” para o orixá Obaluaê utilizam o filá de palha, os demais médiuns utilizam, durante o transe de Obaluaê filá de renda branca.

No ritual de Almas e Angola é Obaluaê – o novo – manifestação jovem, guerreiro, caçador, lutador, vibra nas doenças e epidemias, tanto curando quanto as espalhando; Omulú – o velho – manifestação anciã – sábio, feiticeiro, guardião, vibra na morte, tanto a física quanto as emocionais, sua energia é a da calunga pequena.

Obaluaê, em todas as manifestações, representa a manifestação de Deus entre o mundo terrestre e o espiritual. Orixá que utiliza um filá de palha para esconder sua aparência. Sob sua palha, seus filhos se sentem protegidos.

Seu dia semanal é segunda-feira, comemora-se dia 16 de agosto e 17 de dezembro; seu símbolos é o Leguidiba, Xaxará de palha da costa, cruz das almas e o Filá, seu elemento é terra, seu chakra é o umbilical – yorimá, sincretismo é com São Roque, São Bartolomeu, São Lázaro, São João Batista; comida: duburu, arroz branco, pão dormido, sarapatel; bebida é a laranja lima, leite, água mineral;  suas cores, preto e branco; vermelho, preto e branco, palha; saudação Atotô que significa silêncio.

Os filhos desse orixá são masoquistas e somatizam o sofrimento físico e psicológico, principalmente aqueles que não aceitam as transformações exigidas pelo orixá. Buscam a solidão e mesmo tendo um grande círculo de amizades, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade para si próprio. Pela experiência inerente a um orixá velho, os filhos do Obaluaê oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo aos outros e seus comentários não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.

Os filhos que aceitam os processos e compreendem o propósito trabalham em busca de sua cura integral e aceitam seu dom de curar a si e aos outros.

Sendo filha desse orixá me sinto acolhida e protegida, quando adoeço meus sentimentos são de sofrimento, minha consciência chama atenção que estou perdendo algo que não me serve mais e percebo a legião de curadores espirituais – Anjos, Espíritos, entidades, Guias, Irmãos de Luz, Mestres e me entrego a cura e logo sou uma fênix erguendo-me com uma imensa força e me torno outra pessoa preparada para vivenciar mais um processo. 

Faço parte do ciclo evolutivo da minha vida. Somos Um. Somos Umbandistas.

Axé de paz e luz!