Irmãs e irmãos de fé e de caminhada evolutiva,
Estou vivendo meu sabbat, isto é, um período de "recolhimento do meu ser", por isso tanta ausência neste espaço.
Hoje resolvi conversar sobre um orixá da mitologia africana,
OBALUAÊ ou OMULÚ, “força do meu Ori”. Orixá antigo de origem jeje e assimilada
posteriormente pelos iorubas.
Dentro dos vários rituais de Umbanda, o ritual de Almas e
Angola foi o que abraçou este orixá com muito amor e devoção. Tanto que Obaluaê
é o orixá de fundamento dentro de Almas e Angola, haja vista possuir dois
assentamentos no templo, um no altar completando a tríade do ritual e outro,
anterior, na cangira das Almas, isto é, na Casa das Almas.
Obaluaê é um orixá severo. É o carrego da Severidade
Divina. Sua severidade implacável leva seus filhos à busca pelo
autoconhecimento e evolução espiritual. Aquele que se recusa sofre as dores físicas
e necessidades materiais. É o orixá que nos auxilia na nossa transformação para
tornarmos um Ser Humano melhor.
Na Umbanda do ritual de Almas e Angola, apenas os médiuns
“coroados” para o orixá Obaluaê utilizam o filá de palha, os demais médiuns
utilizam, durante o transe de Obaluaê filá de renda branca.
No ritual de Almas e Angola é Obaluaê – o novo – manifestação
jovem, guerreiro, caçador, lutador, vibra nas doenças e epidemias, tanto
curando quanto as espalhando; Omulú – o velho – manifestação anciã – sábio,
feiticeiro, guardião, vibra na morte, tanto a física quanto as emocionais, sua
energia é a da calunga pequena.
Obaluaê, em todas as manifestações, representa a
manifestação de Deus entre o mundo terrestre e o espiritual. Orixá que utiliza
um filá de palha para esconder sua aparência. Sob sua palha, seus filhos se sentem
protegidos.
Seu dia semanal é segunda-feira, comemora-se dia 16 de
agosto e 17 de dezembro; seu símbolos é o Leguidiba, Xaxará de palha da costa,
cruz das almas e o Filá, seu elemento é terra, seu chakra é o umbilical –
yorimá, sincretismo é com São Roque, São Bartolomeu, São Lázaro, São João
Batista; comida: duburu, arroz branco, pão dormido, sarapatel; bebida é a
laranja lima, leite, água mineral; suas
cores, preto e branco; vermelho, preto e branco, palha; saudação Atotô que
significa silêncio.
Os filhos desse orixá são masoquistas e somatizam o sofrimento
físico e psicológico, principalmente aqueles que não aceitam as transformações
exigidas pelo orixá. Buscam a solidão e mesmo tendo um grande círculo de
amizades, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente
fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua
intimidade para si próprio. Pela experiência inerente a um orixá velho, os
filhos do Obaluaê oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade,
mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo aos outros e seus
comentários não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que
colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.
Os filhos que aceitam os processos e compreendem o propósito
trabalham em busca de sua cura integral e aceitam seu dom de curar a si e aos
outros.
Sendo filha desse orixá me sinto acolhida e protegida,
quando adoeço meus sentimentos são de sofrimento, minha consciência chama atenção
que estou perdendo algo que não me serve mais e percebo a legião de curadores
espirituais – Anjos, Espíritos, entidades, Guias, Irmãos de Luz, Mestres e me entrego a cura e logo sou
uma fênix erguendo-me com uma imensa força e me torno outra pessoa preparada
para vivenciar mais um processo.
Faço parte do ciclo evolutivo da minha vida. Somos
Um. Somos Umbandistas.
Axé de paz e luz!
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